venres, 30 de outubro de 2020

O CAMIÑO A SEGUIR

 O CAMIÑO A SEGUIR

O grande problema histórico do nacionalismo galego foi e segue a ser unha ausencia de via. Unha via forte unida e xenuina que xunte nun proxecto o sentir da nosa xente.

A situación política actual mete nun dilema moral a moitos galegos ao non ter un referente político, e ter que elexir entre "defender" valores e o noso modo de vida escollendo forzas políticas de caracter estatal (PP VOX) ou a "defensa" da nosa cultura (BNG). Duas opcións nefastas prao futuro da nosa terra e do noso pobo.


Hai distintas formas de facer camiño, pero o importante é manter o rumo firme nos pilares que nos trouxeron ata aqui como pobo. Illarse dos elementos externos e facerse forte na tempestade que representa a sociedade actual, e levar consigo mesmo os tres pilares vaias a onde vaias.

Baseámonos ise sentir na defensa dos fundamentais:

Raza (o noso pobo)
Terra (territorio)
Tradición (cultura)

A istes pilares debémonos, e por eles hai que loitar. Raza: traendo novos galegos ao mundo. Terra: defendéndoa tanto territorialmente coma a sua riqueza natural e Tradicion: pasándolla as novas xeracions.

 Ricardo Loureiro Fontenla "Inchafoles"


Meme-Vídeo exemplo de "nacionalismo" bngeiro.

O INDIVIDUO FRONTE AO COLECTIVO

 O INDIVIDUO FRONTE AO COLECTIVO


 Hai xente que pensa que o nacionalismo ao igual que outras ideoloxías rompe co individuo en favor do colectivo minimizando ao individuo e empregandoo só prao fin do colectivo.

E aí onde teño que posicionarme en contra. O mais importante dunha nación é o seu pobo. O valor dun pobo mídese na capacidade dos seus individuos en alcanzar metas comuns.


Nós como individuos témola obriga de potenciarnos, ser o reflexo do que se quere ser como colectivo; un exemplo a seguir. Un individuo formado tanto fisica, cultural e espiritualmente. Dar o mellor de si nestas tres ramas fortalécese a sociedade facendo avanzar cara un futuro de esperanza para o noso país.

Se o valor dun pobo médese polo valor da sua xente se queremos unha patria forte e independente.
A QUE ESPERAS? TI É-LA CHAVE.

 Ricardo Loureiro Fontenla "Inchafoles"

xoves, 29 de outubro de 2020

Vencelhos Galaico-Irlandeses

“…sinus dehiscit incolis Oestrymnicus inquo insulae sese exerunt Oestrymnides, laxe yacentes et metallo divites stanni atque plumbi...ast hinc duobus in sacram, sic insulam dixere prisci, solibus cursus rati est. Haec inter undas multam caespitem iacet eamque late gens Hiernorum colit.propinqua rursus insula Albionum patet.”

 
Fragmento de la “Ora Marítima” de Rufo Festo Avieno.
 
"Baixo o cumio deste promontório, a entrada que é chamada polos nativos de Oestrimnida é expandida ao longo das ilhas Oestrimnidas, ricas em metal de estanho e chumbo... daqui para chegar a esta ilha por navio, a viagem som dous dias. Deitada está a ilha, cheia de herva, entre as ondas do mar, habitada polo povo dos Hiernos. À sua vez tem perto de si a ilha dos Albions"
 
Talvez esta seja a primeira referência escrita das Ilhas Britânicas, de Eire e da England, em referência aos dous nomes de lares na sua forma grega, Hierne (Eire) e Albion (Inglaterra), onde o Avienus romano descreve o comércio dos Tartessianos com os Oestrymnios (celtas galaicos), dos quais sabe-se que estes navegam em barcos de coiro ao norte, em direçóm a Eire, aproveitando as correntes marítimas e chegando à ilha verde em dous dias. 
 
E é que a Galécia limita ao norte com Eire. Lógicamente, as afinidades, paralelismos e analogias em ambas as culturas som óbvias e nós ousaríamos dizer que isso deve-se a umha origem e substrato étnico comuns, a umha tradiçom espiritual pagã-cristã ancestral e a umha alma mística de duas terras e naçons que olham para seu interior verde e azul atlântico, como som Eire e Galécia. 
 
Vencelhos na paisagem e na paisanagem
 
Imos começar por sinalar umha afinidade geográfica como podem ser as costas dos dois países, cousa surpreendente se compararmos as silhuetas de ambos os limites geográficos e observamos as suas rias, baías e cabos coidadosamente, como reparou o mestre Vicente Risco alá polo 1921 [1].
 
E é que as rias galaicas som muito semelhantes às rias irlandesas, enquanto os "fiths" escoceses som mais semelhantes aos fiordos escandinavos. Em Eire os cabos Malin e Fanad, os mais ao norte, corresponderiam ao extremo norte da nossa península ibérica, que é o maravilhoso Cabo de Estaca de Bares e Cabo Ortegal. Em seguida atopamos a baía de Foyle que corresponderia à ria de Viveiro. A de Swilly corresponderia à de Ortigueira. Cara o oeste, a costa irlandesa tem a mesma forma que a galaica até Cabo Teelin, que seria o Cabo Prior e a Baía de Donegal seria a análoga da ria da Terra de Trasancos (Ferrolterra). Continuamos até a baía de Killala que corresponderia à da Corunha e até o Cabo Irlandês de Achill, que seria o Cabo galaico de Tourinhám. O cabo Fisterra seria o cabo Llyne. A baía de Galway corresponderia com a Ria de Arousa, a do Shannon com a de Ponte-Vedra e a de Dingle com a majestosa de Vigo, as ilhas Blasket com as ilhas Cíes e Tralee com Baiona. Estes som os paralelos geográficos que um jovem Risco relata. Umha anedota pessoal afirmou essas curiosas afirmaçons e é perto de há 26 anos, umha jovem irlandesa, Graìnne, visitando a nossa Costa da Morte (que também é Costa de Vida), ao chegar a Mugia e Fisterra, ficou surpresa, encantada , impressionada pola semelhança com o seu Tralee natal. Descobriu o Éire do sul, Galiza, ambas terras selvagens, terras húmidas e férteis, terras atlânticas e graníticas. 
 
As coincidências geográficas de duas terras atlânticas, coincidências de duas naçons celticas que, olhando cara o Atlântico virom o sangramento da emigraçom dos seus filhos navegando as suas águas atlânticas cara as Américas, para aliviar as precárias situaçons econômicas dos seus trabalhadores, labregos e marinheiros submetidos a nobrezas Traidoras e leis estrangeiras, inglesas num caso, castelãs noutro ... "Thousands are sailing" cantava o mítico conjunto musical irlandês The Pogues, aos filhos de Eire que viam-se obrigados a abandonar a sua amada terra. 
 
O amargo qualificativo de "wild irish", selvagem irlandês, sinônimo de tosco, grosseiro, parvo tinha esse significado para o anglo-saxóm; "Gallego", como um bruto, burro de carga, parvo, tinha esse significado para as pérfidas castes dirigentes castelãs. Continuam nestas alturas da história existindo "imbeciles e escuros" que qualificaria o nosso bardo Eduardo Pondal, que continuam a pensá-lo -e claro - em tais coordenadas, som realmente dementes e perigosos inconscientes do futuro-presente das suas pátrias carnais e da antiga Europa. 
 
Éire e Galécia além de compartilhar semelhanças geográficas e paisagísticas curiosas, também possuem afinidades de paisanagem. E precisamente por isso e nom por qualquer outro avatar elucubrado polos "roxiverdes", justamente por compartilhar esse paisanagem, por possuir substratos étnicos comuns, compartilhamos tradiçom e religiosidade comúns, arqueologia e antropologia afins. 
 
 
 A antiga lenda galaico-irlandesa confirmada pola genética
 
Obrigatoriamente, temos que tomar como referência umha importante fonte medieval, como "O livro das invasons", no gaélico "Leabhar Ghabhala", onde nos relata de forma verdadeira e fantástica a genealogia das invasons de Éire, que ocorrem ao longo da sua história mítica. A lenda e a história estám misturadas como um entrelaço propriamente da arte celta. Foi escrito sobor no ano 1.100 no mosteiro de Terriglass baixo a direçom do Bispo de Kildare, Finn Mac Gorman e com a bençom do Rei de Leinster, Dermot Mac Murrough. Sucedem-se os míticos Partholon, Nemhed, os escuros Fir-Bolg, os Tuatha de Danann e a expediçóm dos filhos de Mil dende Galécia até Éire [2]. “Ro cumdacht cathair iaromh la Breogham isin Iberiain, Brigantia a hainm y do ronadh tor lais ara hienehaibh, dia ngoirter Tor Breoghan”: ("Depois Breogám fundou umha cidade na Ibéria, chamada Brigantia e construiu umha torre ao lado, chamada Torre de Breogám"). Breoghám, mítico rei celta galaico, fundou a cidade de Brigantia [3] (Betanços, Castro localizado na confluência de dous rios, em honra à deusa celta Brigantia, da qual som conservadas representaçons escultóricas no nosso antigo arte europeu), e nela ergue-se umha torre ao lado do mar, entre outros usos como guia noturno para marinheiros. Numha noite invernal, Ith, filho de Breogham, sobe ao alto da torre e ao longe do oceano, parece-lhe ver umha terra desconhecida. Solicitou o consentimento do seu pai e a expediçóm foi feita, mas antes o seu pai Breogham, aconselhou ao seu filho fazer a viagem montado no seu cavalo a bordo do barco, como um presságio para voltar para o seu fogar depois de conhecer essa terra misteriosa, que nom era outra que Éire. Ith junto com o seu filho Lughaidh e outros companheiros de expediçóm até as costas irlandesas, é morto nas mãos dos Tuatha de Danann. O seu pai em vingança envia outra expediçom e alí com o seu exército ao mando de Mil. Chegam novamente os celtas galaicos, os filhos ou tribos de Mil, chegam de novo à ilha de Hibernia. Mas antes da tribo de Danann, os Tuatha de Danann, com a sua magia agocham a ilha com névoa, mentres o druida galaico Aimirgin [4] invoca a terra de Éire e aos elementos, conseguindo superar a sua magia. Entóm desembarcam e os Tuatha de Danann som derrotados na batalha de Sliabh Mis. A esposa de Mil, Scota (cujo nome vem de Scotia, Escócia), é morta na batalha. Outras batalhas seguem até dominar completamente a ilha. Esta invasóm dos celtas galaicos polo mar, nom seria expulsada da ilha por outro povo, sendo a sua presença ininterrompida em Eire até séculos posteriores com a chegada dos vikingos, escoceses e ingleses. 
 
Até agora, falamos de mito e lenda recolhidos na florescente e esplêndida idade media. Embora os historiadores anti-celtistas (sejam marxistas ou franquistas) criam que isso nom era mais do que um bonito conto que os antigos galeguistas e asturianistas inventaram para justificar umhas origens míticas e identitárias. Mas as pesquisas recentes sobor genética estám a provar para todos e complementando, o que aos olhos dos negadores e o seu método sobor cultura econômica e material que pode aportar para eles a arqueologia, que os antigos mitos indo-europeus e, neste caso em particular galaico-irlandês ou céltico, para a sua desgraça e para o nosso orgulho verificam-se por outros canais de investigaçom.
 
Os historiadores britânicos sempre crerom que as ilhas britânicas foram invadidas na Idade do Ferro pelos Celtas da Europa Central sobor o 500 aC, mas os geneticistas do Trinity College Dublin agora afirmam que os escoceses e os irlandeses tenhem o mesmo ou mais em comúm com as pessoas do noroeste da Ibéria do que com outras áreas da Europa (Estado Belga, norte do estado Francês), como eles criám Dr. Daniel Bradley, professor de genética no Trinity College em Dublin, num estudo sobor as origens dos irlandeses e escoceses publicado no American Journal of Human Genetics, revelou grandes afinidades com as gentes da Galécia. Este estudo foi feito usando amostras de ADN de pessoas que vivem nas naçons celtas e outras partes da Europa, assegurando que os escoceses e os irlandeses devem procurar seus antergos no N.O da península ibérica. 
 
Antes de Roma o N.W. peninsular estava habitado por um povo proto-celta matriz dos celtas do mundo Atlântico. Assim é como no-lo demostram os estudos de várias universidades nom só britânicas, seguindo estudos genéticos e mesmo a mais moderna Teoria da Continuidade Paleolítica de Mário Alinei, Francesco Benozzo e ainda o anteriormente o Professor galego André Pena Granha que já expus esta teoria, polo menos no que diz respeita ao Noroeste peninsular vários anos antes do que fosse exposto polos professores italianos, mas como na Galiza tudo passa pela peneira centralista nacional-espanhola nom houve forma de que transcendesse. Por desgraça nestes lares floresce algo mais a verdade quando as vozes chegam doutros países/estado forâneos.
 
Considero a Galécia a origem da celticidade em toda Europa. Mas há umha tendência inata por parte dos que estám no poder de excluirem e centralizar qualquer tipo de estratégia ligada ao seu poder. Dende a sua óptica os celtas sempre forom os perdedores, polo tanto sempre forom excluidos de qualquer jogo de elites europeias” 
 
 Francesco Benozzo
 
 
 
Celtófilos VS. Celtófobos
 
Em conclusom, podemos ver que neste caso particular a genética é validada na lenda-mito de Ith como invasor de Éire e que a corrente do Atlântica que em dous dias levou aos descendentes de Breogham dende Galécia cara Éire narrados nos tempos antigos, ou a constância das relaçóns entre o N.O peninsular e as ilhas britânicas polo romano Rufus Festo Avieno, nom som para rem umhas velhas histórias, senom o contrário. Pouco a pouco dilucida-se e esclarece-se a etnogênese dos habitantes atuais da antiga Galécia (Lucenses, Bracarenses e Asturicenses). Até recentemente, falar sobor Celtismo na Galiza era quase um motivo de risada e sorna para os historiadores "oficialistas". O que alguns o consideravam um "celtismo decimonónico" inaugurado polos galegos Verea-Aguiar, Villamil ou Manuel Murguía, passando por um Florentino L. Cuevillas, Otero Pedrayo ou Vicente Risco; ou mesmo por asturianistas Bernardo Acevedo y Huelves, Fermín Canella Secades ou Juan Uria Ríu, passou-se a umha "celtofobia ou anti-celtismo" predicado por F. Calo Lourido, Pereira Menaut, de la Peña Santos ou C.Alonso del Real, [6] claro que eles mesmos nunca se reconheceriam com essa apresentaçom e esses adjetivos. A guerra civil no estado espanhol significou umha mudança de orientaçom ideológica na nossa historiografia, finalizando com a laboura do Seminário de Estudos Galegos, onde os autores celtistas estavam conscientes do forte emprego ideológico e político em favor do nacionalismo galego através das suas investigaçons. "Contra o que se acostuma a pensar, conceitos como estado, etnia e etnicidade também eram estudados numha declaraçom ética de intençons que até agora nom foi mui freqüente na investigaçom protohistórica na Galiza" [7]. 
 
Para os autores anti-celtistas ou celtófobos, o processo de gestaçom da Cultura “Castreja” responde à unióm das influências atlânticas e mediterrâneas que se somam às contribuiçons indígenas. Essas influências ocorreram durante o Bronze final. Incluso chegam a postular, que os romanos e outros povos mediterrâneos traziam arte céltico para o adorno da Galécia, como se nom tiveram outra cousa melhor que fazer. 
 
 
 Os contatos fluidos neste arco atlântico e a colonizaçóm das ilhas britânicas dende o noroeste peninsular também é confirmado pola cultura material. A arqueologia mostra-nos que a estrutura das vivendas celtas irlandesas e galaicas a ambas beiras do Atlântico som praticamente idênticas, bem como o simbolismo empregado nos seus objetos, tanto cotiás como sagrados. Os autores pensam que a expansom da cultura megalítica de Breizh, Cymru ou Éire, nom se limita a relaçons comerciais simples, senom quie é o produto dumha emigraçom peninsular. Os copos em forma de campã/sino tomaram diferentes formas em cada país, mas o grupo bretóm está intimamente relacionado com os do Teijo inferior e da Galiza, que na sua opinióm som tam semelhantes que num museu poucos poderiam diferenciá-los. [8] 
 
 
Respeito à linguística, acreditamos que a intensidade e persistência dos intercâmbios em toda a área atlântica deveu-se ao fato de existir umha linguagem "franca", já que alguns autores (Mallory, Koch, Rankin) sostenhem que da Escócia a Galécia, essa mesma língua celta era perfeitamente reconhecível entre as diferentes terras daquela "Celtia Atlântica". Assim, "O indo-europeu beiço-Velar KW ou Q arcaico, tornou-se P bilabial e isso produziu duas variedades principais, o Goidélico ou Celta-Q e o britânico ou Celta-P. Na Éire, a variedade goidélica foi falada enquanto que no resto das ilhas britânicas, as Galias e o resto do mundo celta passarom à variedade Q para o P, com exceççom da Galécia, onde continuou-se a usar o celta-q. As duas terras periféricas do mundo celta, Eire e Galécia nom forom afetadas pola evoluçóm cara o Celta-P das terras centrais "[9] 
 
Na Galécia os restos toponímicos, teonímicos e onomasticos, ou seja: os nomes dos deuses, os nomes dos lares e os nomes das pessoas som quase todos célticos. Os nomes dos lares som profundamente celtas: os nomes dos rios, cidades e ademais nom só que som celtas, senom também som os mais antigos da Península Ibérica e do arco atlântico, bem como o primeiro assentamento deste tipo. Os teônimos, som indo-europeus com rendas no céltico, umha entidade enraizada à língua, nom está separada da sociedade. 
 
Na semântica temos construçons como o verbo "ter" no canto do verbo "ser" nos possessivos, como ocorre no galego e no galês, a palavra "levantar" no sentido de "construir" como no bretóm. O gênero das árvores é feminina, o gênero do "sal, custe, mel, leite" em masculino. 
 
A forma "bem", que significa para nós em muitos casos como "muito", "trabalha bem = trabalha muito", também de substrato celta, o uso de relativo e infinitivo, por exemplo, "estou a trabalhar, estou a dizer" é também de mesmo substrato, o galego é a única língua influenciada polo latím que conserva isso. A resposta com o próprio verbo também é um substrato celta: "-Rapaz comiches? -Comím”. -Rapaz tens frio? -Tenho. Também o infinitivo conjugado, para colher-mos, para irem, para fazerem, para colheres, falares etc, também é do substrato original celta, a única língua que reconhece estas características. 
 
Comparando o substrato celta que o nosso idioma possui com o substrato latino que o inglês tem, é claro que todos reconhecem o inglês como língua germânica, mas qualquer texto em inglês se removemos as palavras de origem latina ficaria em muitas ocasons no esquelete com palavras soltas sem sentido algúm, porque o inglês tem umha influência latina do 60%, mas ninguém chamaria a esta língua de latina. E mesmo o Romeno tem influência eslava. O galego actual ficaria no mesmo esquelete se foram removidos as origens célticas do seu idioma. A chamada “Celtic League” arroga-se no direito de proclamar só “naçons celtas” aos territórios que conservem a língua celtica falada e enxebre, mas de ter sido desta maneira, por desgraça o habitual mapa das naçons celtas ficaria reduzido a territórios-formiga de pequenas costas de Eire e Alba. Polo tanto imos ser um pouquinho sérios e coerentes.
 
O folclore do Arco Atlântico
 
Também no folclore popular existem essas grandes semelhanças, já que as crenças sobrenaturais e a "visom do Outro Mundo" que possuiam as naçons celtas do Atlântico som muito semelhantes, senom quase idênticas. Sobor os megalitos, sobor as citânicas e palhoças, os seres míticos ou sobrenaturais, os sidhe irlandeses, as fadas britânicas e as "mouras" galiza ou “xanas” das Astúrias. É umha crença firme e enraizada entre as pessoas, que os castros antigos eram a morada dessas fadas ou "mouras", isto é, as "pessoas mágicas" que nom eram cristiãs e que eram pagãs. A apologética cristã traduz esta antiga religióm e aos seus seres míticos em inimigos da nova fé. Relacionou-se a esses seres míticos de maneira tendenciosa com práticas mágicas como as que poderiam ser celebradas pelos infiéis que cobravam fortes tributos, inimigos e invasores que provinham da África baixo a fé islâmica. Mas nada mais longe da realidade, pois essas crenças seriam propriamente celtas, indo-europeus e essas "gentes mágicas" estariam relacionadas ao mundo ctónico. 
 
As crenças em torno aos mortos, as suas apariçons e augurios refletidas no folclore popular em torno dum fenômeno semelhante conhecido por nomes diferentes no mundo celta do Atlântico. A Santa Companha galega, a Huestia asturiana, o Fairy Host irlandês, o Sluagh escocês e o Toili galês. Possuem logicamente as suas diferenças, mas as suas grandes afinidades forom estudadas por antropólogos, concluindo que essas crenças relacionadas entre as almas do falecido e suas visitas ou convivência com os vivos reflitem umha crença ancestral de que o cristianismo nom puido eliminar completamente. Tivo que "santificar" o Dia dos Defuntos, que é, como é amplamente conhecido, o Celta Samhain. Segundo foi contado por um camarada, a Santa Companha, a Huestia e os seus paralelos escoceses, irlandeses e galeses, esta crença poderia ser umha lembrança da Hoste Furiosa, da Wildes Heer ou da fraternidade de guerreiros mortos que transitam a noite e isso alcançou-nos um pouco deformados na nossa memória popular ao longo dos séculos. 
 
Mitologia Gaélica e Galaica
 
Indubitavelmente, a mitologia comparativa das divindades irlandesas e galaicos , proporciona-nos a esta breve revisom dos vencelhos, mais do que um conhecimento de analogias interessantes. Lembraremos de forma esquemática que as religions indo-européias caracterizavam-se por habitar no seu panteóm umha série de deuses com características bem definidas, tal como forom divididas por Dumezil: 
 
1.- Umha parelha de deuses que desenvolvem atividades complementares, mas opostas, do Sacerdócio-Realeza, que no panteóm védico correspondem com Mitra e Varuna
2 .- Um deus da caste guerreira, detentor de grandes fazanhas e sobor o qual repousa a ordem do mundo, o que corresponderia a Indra 
3.- Um par de deuses propiciatórios de saúde, fecundidade, abundância e prosperidade, deidades características da casta da terceira funçom, que corresponderia a Nasatya e Ashvin
4 .- E, finalmente, umha única divindade feminina, mas ao mesmo tempo trifuncional, isto é, Santa, Guerreira e Maternal. 
 
Essas características repetem-se na religióm celta tanto da Eire com da Galécia, embora com nomes diferentes. Assim como o panteóm celta irlandês é preservado através da sua fecunda literatura, nom ocorre o mesmo com a religióm celta galaica, que é reconstruída através do estudo de teónimos e nomes de lugares. 
 
Dentro do panteóm irlandês, o único deus supremo e rei universal é Lug Samildanach. Assim pois dentro da primeira funçóm do sacerdócio real, no caso irlandês seria correspondente a Nuada-Ogme e Dagda-Mananan. No caso galaico também aparece Lugu, onde o teônimo aparece nas aras com o epíteto Arquienobo/Arquienis. A sua variante teria sido Arconi, e a sua etimologia remete-nos aos orksos indo-europeus (urso), com paralelismos mais óbvios com o Mercúrio Artaius Romano ou com a galo Artio/Artioni. Este epíteto relacionado ao urso e à estrela polar da Tradiçóm Primordial, de caráter régio e soberano, de memória hiperboreana clara, já foi explicado por René Guénon. [10] Continuamos na sua correspondência em relaçóm ao caráter sacerdotal do deus-druida Dagda, o seu teônimo seria o de Mocio/Muciaeco (porco, javarím, javali), conforme atestado polos santos de Santa Comba de Bande em Ourense ou Viana do Castelo em Portugal, acompanhado pelo adjetivo Carus (querido), pode muito bem aludir a Dagda, que é um deus muito apreçado pola sua bondade [11]. 
 
O deus da caste guerreira, como o Ogmies/Ogme galo-irlandês, no caso galaico seria Bandua, versom do deus indo-europeu de "laços mágicos", cuja etimologia é achada no bhendh indo-europeu (atar, ligar) faceta agitada e violenta que representa a unióm de força e a magia para a proteçom do poder soberano. Os epítetos de Bandua nom fazem senom reafirmar o seu caráter de guerreiro-mágico, entre os quais podemos destacar os seguintes: Apolosegos, como forte e vitorioso, Cadogus como combatente, Roudeaecus como a cor guerreira que é a vermelha. Cosso, Cossuo ou Cossuvo (Cossuve, Cossue naquele.), Deus guerreiro, que gozava de grande popularidade entre os galaico-lucenses, foi um dos deuses mais reverenciados da antiga Gallaecia. Vários autores apontam que Cosso e Bandua som o mesmo deus sobor diferentes denominaçons.
 
Em relaçom à deusa trifuncional, a Brigit/Dana irlandesa posteriomente cristianizado baixo Santa Brígida, como padroeira de Eire, na religiom galaica igualmente atopamos baixo a tripla advocaçom de conservatrices, victrices e guvernatrices nos Matres Galaicis, que nos fornecem das riquezas agrícolas, da "fartura" e da abundância dos seus froitos e cornucopias que acompanham nas suas representaçons. A prova de que nom só eles possuiam um aspecto de conservatrices estas Matres, está no seu apelativo Matres Suleviae (Solares), que na Gallaecia recebiam o de Nantugaicis, aproximando-se à gala Nantosuelta, (a que tem o esplendor do Sol). As invocaçons britânicas de Victoria Brigantia (poderosa Vitória) e de Andrasta, nós emparentamos o toponímo galaico de Brigantium e a deusa gala Andarta (a grande urso, novamente lembrem o simbolismo primordial e régio do urso). Návia é umha deusa que geralmente é confundida com as correntes do rio, como é testemunhado de boa maneira a hidronimia. Mas longe de ser umha deidade menor, as inscriçons no altar testemunham importantes sacrifícios na sua honra, comparáveis a outros deuses importantes, acompanhados do epíteto de Corona, como Chefa dos Exércitos, posto que dacordo com as interpretaçons, a virgindade seria a expressom comum da independência das deusas da guerra nas sociedades indo-européias. Assim, Navia Corona, ao estar relacionada com as águas,rios ou espaços aquáticos teria sido a guarda do acesso ao Outro Mundo, talvez a antiga evocaçóm da lenda medieval do Lago da lenda Arthúrica, bem como a lenda das xacias Juana, Viviana e Ana som ecos populares desse papel triplo de Brigit/Dana
 
  
Berobreo, deus além e do outro mundo. O maior santuário adicado a Berobreo documentado até agora, foi localizado no Castro de Facho de Donóm, na Península de Morraço, fronte às Ilhas Cies. Bormánico, deus das augas termais semelhante ao deus galo, Bormanus. Sannoava, deusa local ligada às fontes dacordo com a inscriçom achada em Campanhô (Ponte-Vedra). O seu nome pode ser traduzido por "rápido do rio" e vem da raiz sn̥wa "mover-se rapidamente", mas o sufixo abondancial -awa, de jeito que poderia ser refeito como sn̥wa-awa. Este radical e o mesmo que atopamos nos antropônimos galeses Sanuaca e Sanuanus. Coventina, deusa da abundância e fertilidade. Fortemente associada às ninfas das augas, o seu culto é registrado na Europa Ocidental, dende England até Galécia. 
 
Cultos solares, pedras sagradas e iniciaçom de guerreiros
 
Outra analogia e vencelho entre as naçons galaica e irlandesa é o valor religioso que para ambos possuem as pedras sagradas, pedras iniciáticas e onfálicas. A funçóm soberana deve fecundar a terra, a pedra bruta é dacordo com a Tradiçom, a "matéria-prima", o "caos" em tanto micro como macrocósmicamente, deve ser labrado para ser ordeado. Os petroglifos podomorfos testemunhados por várias fontes célticas eram locais destinados à celebraçom de rituais onde o caos, a terra era fecundada e ordeada polo soberano, polo guerreiro e o herói. A pedra "capital" de Crom Crúach em Eire, estava localizada no centro da ilha, no eleito dos reis de Eire. Um dato curioso é que a forma galega de pedra, "croio" provém também do céltico. Conhecida também é a lenda da Pedra escocesa do Destino que serviu para o ritual de investidura dos reis escoceses e mais tarde roubado polos anglo-saxons, servindo na Abadia de Westminster para a coroaçom dos reis de England, sendo esta pedra escocesa de origem galaico dacordo com as versons da lenda. Este ritual de eleiçom de chefe do clam, de rei é amplamente conhecida em todo o mundo celta, como Guyonvarc'h nos fala sobre a pedra de Fal, pedra de escolha que emitiu um berro baixo os pés do aspirante a rei. Também nas Ilhas Shetland, reservadas para este propósito, foi atopado um bloco de pedra com o perfil de dous pés nas portas da fortaleza britânica de Clikhimin. E na Galécia, em Cabanas (Crunha), sobor umha grande pedra erguida sobor umha fouce no rio Eume, este petroglifo podomórfico é conhecido como a "Pedra da Eleiçom", sendo o lugar onde os alcaldes foram antergamente eleitos. Outra tradiçom é a de A Pena de Nosa Senhora, em Cambre (Crunha), onde, dacordo com a versom cristianizada, a Virgem pousou os pés, sendo esta pedra possivelmente como muitos outros lares rituais de iniciaçom ou eleiçom do chefe, como a do castro de Amoeiro. 
 
O simbolismo dessas pedras iniciáticas era como dixemos, a fecundaçom da Terra, a ordem do soberano sobor o caos e este ritual poderia ser substituídos por outro análogo que consistia em montar um sapato único ao rei, já que isso é atestado pola literatura Irlandesa, sobor o uso dumha sandália em atos de investidura e em reivindicaçom de direitos reais (fer an énais um homem de sandália). Ao portador desta sandália, dacordo com a Tradiçom, tem permisso para caminhar tanto nas augas como na Terra, revelando umha origem sobrenatural. Estes ritos de investidura som conhecidos baixo o tema "monsandalismo"/"monokrépides", representaçom mítica comúm no mundo indo-europeu em relaçom à convergência virtual do Outro Mundo com este através dum heroi calçado cum só sapato [12]. 
 
E se alguém duvidou da religiom galaica como um punhado de simples crenças panteistas e animistas, cum caráter "lunar" e ctônico, as duvidas som dissipadas, já que a realidade atual mostra-nos que rem está mais longe disso, já que recentemente as investigaçons realizadas por historiadores da Universidade de Santiago de Compostela sobor o estudo dum alinhamento arqueoastomático em A Ferradura (Amoeiro-Ourense) reafirmam a natureza solar dos cultos e ritos dos celtas galaicos em torno da situaçom e construçom dalguns dos seus assentamentos, com análises idênticas de várias cidades galesas, localizadas em meandros e confluências de rios, como Condate, Vesontio, Alesia, Lugdunum. Esta analogia é repetida no mundo indo-europeu noutras áreas geográficas, como a Índia, onde, como curiosidade, a regióm onde o Ganges e o Yamuna convergem, é chamado Devprayag, cuja etimologia Deva, (Deusa), tem semelhança entre o próprio Minho e um afluente seu, o Deva. "Os elementos da cultura celta som inegáveis: a importância do sol, considerando o feito do deus celtico Lug tem associaçons solares significativas, a proximidade dos podomorfos sobor os quais em todo o mundo celta as investigaçons reais som festejadas juntamente com o feito de que a realeza em geral forma parte do eido governado polo deus Lug " [13] 
 
Concluindo, de forma esquemática analisamos umha série de analogias e paralelos, dende a genética até a lenda, da religiosidade celta e as devoçons aos seus deuses à linguística e à antropologia, entre duas naçons e duas terras (também mais de duas) que ainda mantenhem vivas a sua lonxana Eemória céltica, posto que a levam nom só na alma e no seu sentimento, senom também nos seus genes. Essa lembrança, aquela memória adormecida deve florescer e despertar nestes tempos densos, sombrios e escuros para poder cantar novamente como bardos, sagas e poemas nom só de morrinha, senom também de futuro presente. 
 
CELTIA
 
Ei Armórica, Cornubia e Cambria   
Escócia, Erín, Galiza,
E a illa de Man. 
 
Son as sete nacións celtas  
Fillas do pai Breogham,
Miña Pátria Galiza,
Ti és e ti serás 
Cos teus verdes agros 
O mais quente fogar. 
 
Son os sete cisnes brancos
Fillos dos Dedanians,
Para ti miña pátria 
Nos beizos un cantar,
Nos peitos a ledicia 
Da nosa mocedá.
 
Hino das Mocedades Ultreia, de Fermín Bouza-Brey 

 
Dende a praia cambadesa.  
¡Balcóns froridos! ¡ Olmos da<<Calzada>>!  
¡Vellos patíns! ¡ Mareiras! ¡<<Mos de Fóra… >>!
Do teu paso a lembranza ben amad
a Enche a viliña homilde e soñadora; 
 
I a enxebre vos, ardente e namorada,
que anunciou da Rexión a nova aurora,
inda está prisioneira i encantada 
nos carballos do monte da << Pastora>>!
 
Cando tecendo ensonos, paseniño,
Da beiramar pola deserta rúa
Na silenzosa noite me encamiño, 
 
Ouso bruar o teu ¡<<Érguete i anda>>!   
¡E xurde un pobo que ó craror da lúa
Ruxe a estrofavaril¡<<Como en Irlanda…!>>
 
Alfredo Brañas 
 
 
¡IRLANDA!
 
Irmanciña adourada 
Que pasache-lo mar!
 Antre a brétema, o tanguido
  Da campaíña de San Patrício zoando vai! 
Carne, sangue, ósos celtas! 
 Irlanda! Irlanda, irmán! 
 Tem unha nova estrela o nosso ceo 
 E tem uns santos novos no altar 
 Chegou o teu berro 
 ós cons de Fisterre que baten o mar 
 E abreu o teu laio, salouco e ruxido,
  As vellas feridas do vello Breogán…  
Xa está cheo de sangue vermello 
 O cáliz do San Graal! 
 
 Irmanciña adourada
  Que pasache-lo mar!  
A lanza groriosa dos feitos heroicos os sagros mistérios,
  en alto… Afiada… na man!
 
 Ramón Cabanillas
 
 
 Federico Traspedra 2006 e Afonso Denis Carvalho 2017

[1] Orgâo da sociedade NÓS, “Irlanda e Galiza” de V.Risco, nº 8. Ourense, dezembro 1921.
[2] LEABHAR GHABHALA “o livro das invasons” ediçom de Ramón Sainero, Akal 1988.
[3] Há discordâncias entre os historiadores se Brigantium é a actual Crunha ou bem Betanços.
[4] Aimirgin é considerado como o primeiro bardo ou poeta de Irlanda, sendo este do clam de Mil.
[5] Diário “La Voz de Galicia”, 22 de Setembro do 2006.
[6] Existe na Galiza a corrente certeira de autores que sostenhem o carácter céltico da Galécia em época proto-histórica. Cabe salientar ao arqueólogo A. Pena Granha, B. García Fdez-Albalat, R.Brañas entre outros estudosos da Cultura Galaica.
[7] “Os celtas en Galicia. Arqueoloxía e política na creación da identidade galega” Beatriz Díaz Santana. Ed. Toxosoutos 2002, Pág. 42.
[8] “Afinidades culturais entre Galicia e Irlanda” Elisabeth Frances Keating. Ed. Galaxia, Vigo 1988. Pág. 46
[9] “Os Celtas da Antiga Gallaecia” Manuel Alberro. Ed Toxosoutos, Noia 2004.
[10] Ler René Guénon “Símbolos fundamentais da Ciência Sagrada” –Cáp.24 “O Javarim e a Urso” e em “Um símbolo indo-europeu: o Javarím” F.Traspedra. Revista Terra e Povo nº 7 Dezembro 2004
[11] “Deuses, heroes e lugares sagrados” Rosa Brañas, Sotelo Blanco Ediçons. 2000. Pág.58
[12] Op. Cit. Pág. 75. Rosa Brañas
[13] “Alineación arqueoastronómica en A Ferradura (Amoeiro-Ourense)” M. García Quintela/M. Santos Estévez COMPLUTUM 2004 Vol. 15 [14] A autoria do poema e atribuida a X.Filgueira Valverde.

mércores, 28 de outubro de 2020

Direita Galeguista de Ponte-Vedra 1935


DIREITA GALEGUISTA DE PONTE-VEDRA

O anúncio da reforma constitucional e a situaçom política criada ca suspensom do Estatuto catalão, dam segurança de que num prazo nom mui afastado terá que prantear-se diante do país a questom das autonomias regionais. E ocorre, em singular contraste com outros povos hispânicos, que os partidos políticos de direitas galegos se mostram hostis ou quando menos cheios de receios quando se trata de pedir para Galiza o mesmo regime de liberdade que se outorgue a Catalunha e às províncias bascas.

Este feito levou-nos a pensar na conveniência de que se forme umha agrupaçom adiçada à defesa da autonomia galega integrada por quantos de ela tenham umha interpretaçom favorável à política direitista. Eis aqui como nós concebemos o ideário que tem de informar o novo agrupamento.

GALEGUISMO

Diremos, sem eufemismos, que nom somos singelamente “regionalistas”. A autonomia que pedimos nom se basa só numha diferenciaçom de condiçons geográficas que requeira medidas especiais para o desenrolo económico. Defendemo-la como corolário da diferenciaçom étnica do povo galego que conserva a sua estabilidade no meio rural. É mester que tenha amplitude de abondo para estimular a vida dumha cultural particular, e areamos que se nos deixe estabelecer a jerarquia dos valores sociais e ter um sentido da vida ajeitado ao processo histórico da nossa cultura.

A esquissam vertical do Estado, à distribuiçom do poder político entre os grupos profissionais que olham os problemas desde um ponto predominantemente económico, oponhemos a existência dos grupos étnicos com compressom do problema total da vida humana, co alicerce da história, coa exaltaçom dos valores morais e co direito incontrovertível a reagir com liberdade a sua vida interna dentro das normas gerais, produto também de outro processo histórico que politicamente culmina e se concreta na Constituiçom do Estado.

O NOSSO IDIOMA

O idioma dum povo nom é somente o condutor da sua cultura: é também o seu exponente e um factor da sua criaçom. Conhecer um idioma é assimilar-se o complexo de ideias e sentimentos que formam a trama dumha cultura. Tem-se dito que toda língua é um templo que conserva como umha relíquia a alma dos que a falam. Se queremos manter coa alma de Galiza a nossa própria originalidade pessoal, temos que defender o seu idioma. Aos filólogos, literatos e poetas, compre trabalha-lo e desenvolve-lo para que aqueça de cheio as necessidades de expressom da nossa cultura; mais às organizaçons políticas compete chamar para Galiza o direito a regular o uso do seu idioma na sua vida interna e a nom consentir sem protesta que no nosso meio rural, na escola costeada com fundos públicos, se omita o ensino da língua materna nem se prescinda dela como meio adequado para a transmissom de conhecimentos às crianças.

RELIGIOSIDADE

O respeito à crença religiosa e à prática do seu culto é postulado da liberdade individual de consciência, é socialmente um elemento de integraçom política. Consideramos a defesa dos valores espirituais do nosso povo vinculada à defesa do espírito cristão que os informa. Sustemos o direito a professar, praticar e ensinar publicamente a Religiom Católica. Como crentes e como galegos nom só nos oporemos à discristianizaçom de Galiza, senom que intentaremos levar à vida intelectual e à vida legislativa soluçons cristãs. Exaltando o valor da jerarquia eclesiástica na vida do nosso povo, nom duvidaríamos em destinar fundos públicos, quando a Constituiçom do Estado o permita, a melhorar as instituiçons formadoras do clero, para que poda de cheio cumprir a sua missom moralizadora e evangélica.

NEM MARXISMO NEM CAPITALISMO: COOPERATIVISMO

O marxismo que se baseia na interpretaçom materialista da história e na luita de classes, e aspira a degeneraçom das culturas num internacionalismo com idioma único e cultura proletária única, é incompatível co nosso conceito do galeguismo que afirma a preponderáncia dos factores morais no processo histórico dos povos e o desenvolvimento paralelo e progressivo das diversas culturas que se integram sem se destruir. Galeguismo e marxismo som para nós irreconciliáveis.

Ainda sem esta oposiçom doutrinal, Galiza nom oferece as condiçons que umha política marxista esixe porque aqui o processo histórico caminhou no senso inverso à concentraçom capitalista, e porque o marxismo nas suas experiências históricas tem-se mostrado como inimigo do pequeno proprietário rural, classe que constitui o nervo da vida social galega.

Nem marxismo nem capitalismo; nem ditadura proletária, nem ditadura burguesa. A política ajeitada a um estado social de respeito à personalidade humana, ao senso da responsabilidade individual, a actividade criadora perante a qual cada homem poda talhar diariamente e em cada hora o senso da sua vida, a sentir a alegria do trabalho.

Pode-se conceber umha socializaçom sem marxismo, singelamente pola organizaçom sucessiva e crescedeira de serviços públicos para satisfazer necessidades humanas antes atendidas em regime de empresa privada. Sem que cada avance particular contradiga a nossa doutrina, o ritmo tem que ajustar-se de tal jeito que nom se crebe o equilíbrio ante o volume do serviço público e o da empresa privada e continue colectivamente a economia desenvolvendo-se principalmente baixo o estímulo da iniciativa individual.

Opomo-nos de igual jeito à tendência capitalista a concentrar a direcçom financeira em poucas maus permitindo exercer pressons eficazes sobre o trabalho ou o pequeno produtor até conseguir a sua destruiçom económica. Sobre este capitalismo baseia-se a injustiça anticristã da vida económica do nosso tempo.

Nem capitalismo nem marxismo: engranagem de pequenos proprietários e de produtores organizados cooperativamente que tenham da actividade económica um conceito subordinado ao senso moral dos fins humanos.

PROBLEMA ECONÓMICO

Nom é deste lugar fazer umha exaltaçom da transformaçom que o cooperativismo podia tentar na vida de Galiza ou catalogar os problemas económicos do nosso povo. Abonda afirmar que a nossa estrutura social descansa na organizaçom rural e marinheira. A primeira preocupaçom do nosso agrupamento será em tudo instante atender aos fundamentos da vida económica do nosso povo.

CONVIVÊNCIA NA GALEGUIDADE

Animamos o espirito da mais amplia compreensom para conviver com todo-los partidos galegos e cos seus dirigentes. A oposiçom doutrinal nom nos fará perder o respeito aos seus homes, desejando a todos, mesmo os adversários, o máximo acerto na eleiçom dos seus dirigentes, porque na duas hora levaram a representaçom de Galiza.

Umha referência especial ao Partido Galeguista. Coincidências fundamentais de ordem ideológico, afectos particulares para os seus afiliados, asseguram nom somente a cordialidade de hoje, senom a formaçom dum só frente sempre que seja preciso actuar na defesa da nossa Terra.

Ponte-Vedra 25 de Maio do 1935

José García Vidal – José Lino Sánchez – Darío Caramés – José Filgueira Valverde – José Sesto López – José Martinez Tiscar

Quantos se topem conformes co conveniência de organizar um agrupamento político de direita galeguista, faram chegar a sua adesom a D.J.Lino, Oliva 4, baixo. – Ponte-Vedra, antes do 15 de Junho.


 

Fascismo e Nacional-Socialismo a juizo de Risco

"Horrez gain, ni ez naiz faxista, nazional sozialista baizik" "Ademais, nom som fascista, som nacional-socialista" Jon M...