DIREITA GALEGUISTA DE PONTE-VEDRA
O anúncio da reforma constitucional e a situaçom política criada ca
suspensom do Estatuto catalão, dam segurança de que num prazo nom mui
afastado terá que prantear-se diante do país a questom das autonomias
regionais. E ocorre, em singular contraste com outros povos
hispânicos, que os partidos políticos de direitas galegos se mostram
hostis ou quando menos cheios de receios quando se trata de pedir para
Galiza o mesmo regime de liberdade que se outorgue a Catalunha e às
províncias bascas.
Este feito levou-nos a pensar na conveniência de que se forme umha
agrupaçom adiçada à defesa da autonomia galega integrada por quantos de
ela tenham umha interpretaçom favorável à política direitista. Eis aqui
como nós concebemos o ideário que tem de informar o novo agrupamento.
GALEGUISMO
Diremos, sem eufemismos, que nom somos singelamente “regionalistas”. A
autonomia que pedimos nom se basa só numha diferenciaçom de condiçons
geográficas que requeira medidas especiais para o desenrolo económico.
Defendemo-la como corolário da diferenciaçom étnica do povo galego que
conserva a sua estabilidade no meio rural. É mester que tenha
amplitude de abondo para estimular a vida dumha cultural particular, e
areamos que se nos deixe estabelecer a jerarquia dos valores sociais e
ter um sentido da vida ajeitado ao processo histórico da nossa cultura.
A esquissam vertical do Estado, à distribuiçom do poder político entre
os grupos profissionais que olham os problemas desde um ponto
predominantemente económico, oponhemos a existência dos grupos étnicos com compressom do problema total da vida humana,
co alicerce da história, coa exaltaçom dos valores morais e co direito
incontrovertível a reagir com liberdade a sua vida interna dentro das
normas gerais, produto também de outro processo histórico que
politicamente culmina e se concreta na Constituiçom do Estado.
O NOSSO IDIOMA
O idioma dum povo nom é somente o condutor da sua cultura: é também o
seu exponente e um factor da sua criaçom. Conhecer um idioma é
assimilar-se o complexo de ideias e sentimentos que formam a trama dumha
cultura. Tem-se dito que toda língua é um templo que conserva como umha
relíquia a alma dos que a falam. Se queremos manter coa alma de Galiza a
nossa própria originalidade pessoal, temos que defender o seu idioma.
Aos filólogos, literatos e poetas, compre trabalha-lo e desenvolve-lo
para que aqueça de cheio as necessidades de expressom da nossa cultura;
mais às organizaçons políticas compete chamar para Galiza o direito a
regular o uso do seu idioma na sua vida interna e a nom consentir sem
protesta que no nosso meio rural, na escola costeada com fundos
públicos, se omita o ensino da língua materna nem se prescinda dela como
meio adequado para a transmissom de conhecimentos às crianças.
RELIGIOSIDADE
O respeito à crença religiosa e à prática do seu culto é postulado da
liberdade individual de consciência, é socialmente um elemento de
integraçom política. Consideramos a defesa dos valores espirituais do
nosso povo vinculada à defesa do espírito cristão que os informa.
Sustemos o direito a professar, praticar e ensinar publicamente a
Religiom Católica. Como crentes e como galegos nom só nos oporemos à
discristianizaçom de Galiza, senom que intentaremos levar à vida
intelectual e à vida legislativa soluçons cristãs. Exaltando o valor da
jerarquia eclesiástica na vida do nosso povo, nom duvidaríamos em
destinar fundos públicos, quando a Constituiçom do Estado o permita, a
melhorar as instituiçons formadoras do clero, para que poda de cheio
cumprir a sua missom moralizadora e evangélica.
NEM MARXISMO NEM CAPITALISMO: COOPERATIVISMO
O marxismo que se baseia na interpretaçom materialista da história e na
luita de classes, e aspira a degeneraçom das culturas num
internacionalismo com idioma único e cultura proletária única, é
incompatível co nosso conceito do galeguismo que afirma a preponderáncia
dos factores morais no processo histórico dos povos e o desenvolvimento
paralelo e progressivo das diversas culturas que se integram sem se
destruir. Galeguismo e marxismo som para nós irreconciliáveis.
Ainda sem esta oposiçom doutrinal, Galiza nom oferece as condiçons que
umha política marxista esixe porque aqui o processo histórico caminhou
no senso inverso à concentraçom capitalista, e porque o marxismo nas
suas experiências históricas tem-se mostrado como inimigo do pequeno
proprietário rural, classe que constitui o nervo da vida social galega.
Nem marxismo nem capitalismo; nem ditadura proletária, nem ditadura
burguesa. A política ajeitada a um estado social de respeito à
personalidade humana, ao senso da responsabilidade individual, a
actividade criadora perante a qual cada homem poda talhar diariamente e
em cada hora o senso da sua vida, a sentir a alegria do trabalho.
Pode-se conceber umha socializaçom sem marxismo, singelamente pola
organizaçom sucessiva e crescedeira de serviços públicos para satisfazer
necessidades humanas antes atendidas em regime de empresa privada. Sem
que cada avance particular contradiga a nossa doutrina, o ritmo tem que
ajustar-se de tal jeito que nom se crebe o equilíbrio ante o volume do
serviço público e o da empresa privada e continue colectivamente a
economia desenvolvendo-se principalmente baixo o estímulo da iniciativa
individual.
Opomo-nos de igual jeito à tendência capitalista a concentrar a direcçom
financeira em poucas maus permitindo exercer pressons eficazes sobre o
trabalho ou o pequeno produtor até conseguir a sua destruiçom económica.
Sobre este capitalismo baseia-se a injustiça anticristã da vida
económica do nosso tempo.
Nem capitalismo nem marxismo: engranagem de pequenos proprietários e de
produtores organizados cooperativamente que tenham da actividade
económica um conceito subordinado ao senso moral dos fins humanos.
PROBLEMA ECONÓMICO
Nom é deste lugar fazer umha exaltaçom da transformaçom que o
cooperativismo podia tentar na vida de Galiza ou catalogar os problemas
económicos do nosso povo. Abonda afirmar que a nossa estrutura social
descansa na organizaçom rural e marinheira. A primeira preocupaçom do
nosso agrupamento será em tudo instante atender aos fundamentos da vida
económica do nosso povo.
CONVIVÊNCIA NA GALEGUIDADE
Animamos o espirito da mais amplia compreensom para conviver com
todo-los partidos galegos e cos seus dirigentes. A oposiçom doutrinal
nom nos fará perder o respeito aos seus homes, desejando a todos, mesmo
os adversários, o máximo acerto na eleiçom dos seus dirigentes, porque
na duas hora levaram a representaçom de Galiza.
Umha referência especial ao Partido Galeguista. Coincidências
fundamentais de ordem ideológico, afectos particulares para os seus
afiliados, asseguram nom somente a cordialidade de hoje, senom a
formaçom dum só frente sempre que seja preciso actuar na defesa da nossa
Terra.
Ponte-Vedra 25 de Maio do 1935
José García Vidal – José Lino Sánchez – Darío Caramés – José Filgueira Valverde – José Sesto López – José Martinez Tiscar
Quantos se topem conformes co conveniência de organizar um agrupamento
político de direita galeguista, faram chegar a sua adesom a D.J.Lino,
Oliva 4, baixo. – Ponte-Vedra, antes do 15 de Junho.
mércores, 28 de outubro de 2020
Direita Galeguista de Ponte-Vedra 1935
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